Estudos preliminares apontam que a temporada de 2022 vai seguir a mesma linha de temporadas passadas. A previsão é que a temporada de furacões seja acima da média para este ano na região do Atlântico Norte.
![Furacão Larry, categoria 3](https://static.wixstatic.com/media/5eb260_55e6bdcd8a314180ac5ae4209d49069b~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5eb260_55e6bdcd8a314180ac5ae4209d49069b~mv2.jpg)
A temporada de furacões do Atlântico Norte se inicia oficialmente em junho e dura até novembro. Os estudos para cada temporada começam a ser realizados no ano anterior, onde são avaliados algumas condições físicas, como por exemplo, as condições da temperatura da superfície do mar (TSM) na região do Atlântico Norte e também a situação do ENSO (El Niño/Oscilação Sul) para o próximo ano.
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No caso de estudos relacionados a TSM do Atlântico Norte, é comum considerar a Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO). A AMO é um fenômeno de variabilidade natural que ocorre na região do oceano Atlântico norte, e que nada mais é que a TSM em intervalos de 50 a 80 anos.
Uma fase positiva da AMO (ou fase forte da circulação termohalina do Atlântico) normalmente leva a 3-5 vezes mais atividade de furacões na bacia do Atlântico do que uma fase negativa.
Normalmente, a AMO permanece ativo/inativo em um estado acima/abaixo da média por períodos de 25 a 35 anos, onde ocorrem intervalos mensais ou até mais longos de um ou dois anos dentro desse período. Essa condição se quebra quando a temperatura da superfície do mar (TSM), salinidade, pressão, vento e umidade tornam-se mais fracos em fases AMO positivas ou mais fortes durante fases AMO negativas. Atualmente, a fase positiva é a que está predominando na região do Atlântico norte.
![AMO](https://static.wixstatic.com/media/5eb260_d6dd98030e8d4e73b2eb7fe2494915c2~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5eb260_d6dd98030e8d4e73b2eb7fe2494915c2~mv2.jpg)
Outro ponto observado para analisar como vai ser a temporada de furacões é analisar qual será o estado do ENSO durante a temporada. As anomalias de temperatura da superfície do mar entre +/- 0.5 - 1ºC abaixo da média na região do pacífico tropical central e oriental é que determinam em que fase o ENSO vai estar.
Temporada de furacões 2021
A temporada de 2021 esgotou a lista de nomes que são pré-determinados para a temporada sendo a 3ª mais ativa já registrada. Foram contabilizados cerca de 21 tempestades, sendo 7 furacões onde 4 apresentaram categoria 3 ou mais.
Com relação as tempestades nomeadas, 2021 apresentou cerca de 50% acima da média, já os grandes furacões um pouco acima da média. A atividade de ciclones tropicais foi prevista pelas principais agências meteorológicas internacionais, como Centro de Previsão do Clima (CPC) da NOAA.
No último ano (2021) a condição era de La Niña ativa, já as previsões para a próxima temporada é que a atual condição enfraqueça e que condições de neutralidade do ENSO prevaleçam nos próximos meses.
![Furacão Ida](https://static.wixstatic.com/media/5eb260_9cf6dc0d583b41b9940d7438715444f8~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5eb260_9cf6dc0d583b41b9940d7438715444f8~mv2.jpg)
"Há uma incerteza considerável sobre como será o ENSO no pico da próxima temporada de furacões de agosto a outubro, mas neste momento, dadas as previsões do modelo, bem como nossas análises estatísticas, parece relativamente improvável que o El Niño se desenvolva no próximo verão", dizem os pesquisadores da Universidade Estadual do Colorado (CSU).
A perspectiva para 2022 é de uma temporada de furacões super ativa, assim como foi registrado nos últimos anos. A fase positiva da AMO assim como a TSM do atlântico tropical acima do normal contribui para essa atividade intensa de furacões. Já os modelos mostram que o fenômeno La Niña fará uma transição para condições neutras de ENSO a partir de março/abril, não sendo descartada a influência desse fenômeno na manutenção da temporada de furacões 2022.
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