Maio começou com a presença do fenômeno La Niña ainda atuando no Oceano Pacífico Equatorial e com a chance do fenômeno avançar por todo o ano de 2022.
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Desde julho de 2020, somente dois trimestres foram marcados por neutralidade no Pacífico equatorial, sendo eles maio-junho-julho e junho-julho-agosto de 2021. A partir de meados de setembro de 2021, às águas do Pacífico equatorial voltaram a se resfriar caracterizando um retorno da La Niña que, inicialmente, e de acordo com a Administração Americana de Oceano e Atmosfera, tinha expectativa de persistir até fevereiro de 2022.
Com as novas atualizações dos modelos numéricos, as previsões mudaram e cada vez mais a expectativa era de que a La Niña persistisse por mais tempo durante este ano de 2022. Os mais recentes prognósticos dos modelos climáticos não são diferentes.
No decorrer das últimas 4 semanas, anomalias negativas de TSM se fortaleceram na maioria do Oceano Pacífico equatorial, favorecendo a continuidade da La Niña. Assim como, a subsuperfície (abaixo da superfície do mar), teve um crescimento de uma área de águas mais frias do que a média. Esta água subterrânea mais fria fornece um suprimento de água mais fria para a superfície e fortalece também a continuidade da La Niña durante o final do outono.
Efeitos da La Niña 2021/2022
Desde que retornou em 2021, a La Niña contribuiu para as chuvas no setor norte do Brasil. Grande parte dessas chuvas foram geradas durante a primavera e o verão do hemisfério sul através da Zona de Convergência do Atlântico Sul que se posicionou principalmente entre o Norte do Brasil e o sul da Bahia, e entre o Norte do Brasil e o sul de Minas Gerais..
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O mapa acima apresenta a anomalia de precipitação dos últimos 180 dias sobre a América do Sul. Nota-se pelas cores verdes (anomalias positivas), que as chuvas neste período foram acima da média em parte do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Minas Gerais. Em contrapartida, o cone-sul do país apresentou precipitações abaixo da média.
O que esperar para os próximos meses?
A atual previsão dos modelos climáticos apontam para a continuação da La Niña durante o inverno (junho-julho-agosto) apontando 59% de chance. Já para a primavera, uma chance um pouco menor (50-55%).
Grande parte dos modelos utilizados no conjunto convergem para que a La Niña continue atuando durante o outono de 2022 e a expectativa é que persista até o final do ano.
Pequenas exceções ocorrem, como os modelos BCC e IOCAS, porém tanto a média dos modelos dinâmicos quanto os modelos estatísticos apontam para um prolongamento da La Niña. Todavia, vale ressaltar que estas são previsões estendidas que possuem limitações devido à natureza caótica do acoplamento oceano-atmosfera.
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Para os próximos meses, o fenômeno La Niña influenciará as regiões centro e sul do Brasil com chuvas abaixo da média entre os meses de maio e julho de 2022. Enquanto que para áreas das Regiões Norte e Nordeste poderá acarretar em precipitações acima da média.
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