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Foto do escritorGabriela Bittencourt

La Niña ativa durante o inverno de 2022, o que os modelos estão prevendo?

Atualizado: 21 de jul. de 2022

A estação mais fria do ano no Hemisfério Sul (HS) está se aproximando e o fenômeno La Niña segue ativo no oceano Pacífico Equatorial influenciando o regime de chuvas no Brasil durante a estação.

La Niña.
Anomalia de TSM (temperatura da superfície do mar) do dia 01 de Junho de 2022. Fonte: Climate Reanalyzer..

As temperaturas da superfície do mar (TSM) abaixo da média persistiram durante o mês de abril na maior parte do Oceano Pacífico equatorial central e oriental. Ao longo do mês de Abril, os valores do índice Niño diminuíram, variando de -1,1°C a -1,5°C que são bastante negativos para esta época do ano.


As anomalias de temperatura média entre 180°-100°W e 0-300m de profundidade, permaneceram negativas, refletindo uma extensa área de temperaturas abaixo da média da superfície até ~100m de profundidade em todo o Oceano Pacífico equatorial central e leste.



Na média mensal, as anomalias de vento leste em baixos níveis e ventos de oeste em altos níveis dominaram o comportamento do Pacífico equatorial. No geral, o sistema acoplado oceano-atmosfera refletiu a continuação do La Niña.


A influência da La Niña no regime de chuvas do Brasil


Desde que retornou em 2021, a La Niña contribuiu para as chuvas no setor norte do Brasil. Grande parte dessas chuvas foram geradas durante a primavera e o verão do hemisfério sul através da Zona de Convergência do Atlântico Sul que se posicionou principalmente entre o Norte do Brasil e o sul da Bahia, e entre o Norte do Brasil e o sul de Minas Gerais..



Os mapas acima mostram o campo de anomalia de precipitação e acumulado total de precipitação (em mm) nos últimos 180 dias (04 de Dezembro - 01 de Junho de 2022) sobre a América do Sul. As cores verdes mostram as anomalias positivas com registros de chuva foi acima da média, em quase toda a região Norte, parte do Nordeste e região norte do Centro-Oeste. Já as anomalias negativas, ocorrem nas regiões do Centro-Sul com chuvas abaixo da média como influência da La Niña no regime de chuvas do Brasil.


O que os modelos estão prevendo?


As últimas atualizações mostram que as condições oceano-atmosfera devem seguir sendo influenciadas pelo fenômeno La Niña até pelo menos o final de 2022. O consenso de análises prevê que os valores do índice Niño-3,4 enfraquecerão no verão do HN (inverno HS), mas permanecerão abaixo do limite de condições da La Niña (valores Niño-3,4 iguais ou inferiores a -0,5°C).



A curto prazo, as anomalias do vento mostram um enfraquecimento das temperaturas oceânicas abaixo da média da superfície e subsuperfície durante os próximos meses. No entanto, grande parte dos modelos estatísticos estão sugerindo um fortalecimento das condições de La Niña até pelo menos final do próximo verão/2023.


Previsão La Niña
Modelos dinâmicos e estatísticos para TSM na região Nino 3.4. Fonte: IRI.

Em resumo, os modelos mostram que a La Niña deve seguir ativa. As chances de que La Niña diminua no final do verão do Hemisfério Norte (inverno no Hemisfério Sul) é de 58% de chance entre agosto-outubro de 2022) antes de aumentar ligeiramente no outono do Hemisfério Norte e no início do inverno de 2022 (primavera/verão no HS) com 61% de chance.



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