Previsão do tempo para a primeira quinzena de Junho de 2022
- Gabriela Bittencourt
- 31 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
O mês de Junho marca o fim do período do outono para o início do inverno do Hemisfério Sul. Confira como fica a situação do tempo nas primeiras duas semanas de Junho.

O mês de junho começa com os modelos numéricos mostrando o avanço de uma nova massa de ar polar sobre a região Sul do país. O avanço dessa nova massa de ar polar deve ficar mais confinada na região Sul do Brasil, diferentemente da última massa de ar polar em meados do mês de Maio.
A previsão é que ocorra o fenômeno de geada nas regiões do RS, SC e também sul do PR. As temperaturas máximas não devem passar dos 20ºC nessas regiões.

Um novo sistema de baixa pressão deve se formar no decorrer da próxima semana, fazendo com que um ar mais frio fique atuando sobre o Sul do Brasil. Maiores acumulados de chuva devem ser registrados no norte do RS, e boa parte de SC. Espera-se a formação de um bloqueio atmosférico fazendo com que os sistemas frontais não avancem para o sudeste do Brasil, pelo menos nos próximos dias.
Influência dos fenômenos La Niña, Oscilação Madden-Julian e Oscilação Antártica
O fenômeno La Niña segue influenciando o regime de chuvas no norte do Brasil. Em boa parte da região Sul as chuvas serão irregulares e devem ser mais persistentes nas regiões Norte e Nordeste do país. A previsão é que o fenômeno siga ativo ainda durante todo o ano de 2022.

A oscilação Madden-Julian está na fase 6. Essa fase favorece anomalias mais positivas de chuva na parte norte do Brasil, de acordo com a análise do mapa acima. Nos primeiros dias da primeira quinzena de Junho a OMJ deve permanecer em uma fase mais inativa da oscilação, em seguida a OMJ deve passar para as fases 4 e 5 até o fim da primeira quinzena.
Essas fases favorecem chuvas na região Norte/Nordeste do Brasil, e também em regiões do Sul do Brasil. A figura abaixo mostra como foi o regime de chuvas nos últimos 30 dias do mês de Maio, onde os maiores acumulados de chuva foram em regiões do Norte/Nordeste do Brasil.
Nos últimos dias, a chuva tem castigado o leste do Nordeste brasileiro. Isso porque um fenômeno conhecido como Distúrbios Ondulatórios de Leste, este sistema se forma na porção central do oceano Atlântico Sul e se deslocam para a costa leste do Nordeste seguindo o escoamento dos ventos alísios. Este é o típico período do ano para a formação deste tipo de sistema.

A oscilação Antártica (AAO) vai estar em sua fase negativa. Com isso sistemas frontais avançam com mais intensidade para as regiões da América do Sul. Os modelos indicam que a AAO vai influenciar o avanço de novos sistemas frontais para a região centro-sul do Brasil.
A chuva na primeira quinzena de Junho
Para essa primeira quinzena do mês que dá início ao inverno, os modelos indicam que com La Niña ativa, AAO na fase negativa e OMJ atuando nas fases 4 e 5 as chuvas devem ficar mais concentradas nos extremos do Brasil (regiões Sul e Norte/Nordeste).
A porção mais central do Brasil (Centro-Oeste, sertão nordestino e parte do oeste da região Sudeste) deve permanecer com o tempo mais estável nesse início de Junho. Essa situação deve ocorrer devido a um bloqueio atmosférico em níveis médios da atmosfera (500 mb) que deve atuar na região do Centro-Oeste e Sudeste do país, impossibilitando o avanço de sistemas frontais para essas regiões. Porém, até o fim da primeira quinzena, o bloqueio deve ser quebrado e uma frente fria deve avançar pela área em questão.
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