O mês de Junho marca o fim do período do outono para o início do inverno do Hemisfério Sul. Confira como fica a situação do tempo nas primeiras duas semanas de Junho.
![previsão do acumulado de chuva do Modelo GFS](https://static.wixstatic.com/media/85c1ea_75dac3928d98455887ca640ae2c1734a~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/85c1ea_75dac3928d98455887ca640ae2c1734a~mv2.jpg)
O mês de junho começa com os modelos numéricos mostrando o avanço de uma nova massa de ar polar sobre a região Sul do país. O avanço dessa nova massa de ar polar deve ficar mais confinada na região Sul do Brasil, diferentemente da última massa de ar polar em meados do mês de Maio.
A previsão é que ocorra o fenômeno de geada nas regiões do RS, SC e também sul do PR. As temperaturas máximas não devem passar dos 20ºC nessas regiões.
![Modelo GFS](https://static.wixstatic.com/media/5eb260_4338aba5447a4275b9cc26e0c963b25b~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5eb260_4338aba5447a4275b9cc26e0c963b25b~mv2.jpg)
Um novo sistema de baixa pressão deve se formar no decorrer da próxima semana, fazendo com que um ar mais frio fique atuando sobre o Sul do Brasil. Maiores acumulados de chuva devem ser registrados no norte do RS, e boa parte de SC. Espera-se a formação de um bloqueio atmosférico fazendo com que os sistemas frontais não avancem para o sudeste do Brasil, pelo menos nos próximos dias.
Influência dos fenômenos La Niña, Oscilação Madden-Julian e Oscilação Antártica
O fenômeno La Niña segue influenciando o regime de chuvas no norte do Brasil. Em boa parte da região Sul as chuvas serão irregulares e devem ser mais persistentes nas regiões Norte e Nordeste do país. A previsão é que o fenômeno siga ativo ainda durante todo o ano de 2022.
![Teleconexões](https://static.wixstatic.com/media/5eb260_228c4c4aec414f06afc6c42673f0d2a7~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5eb260_228c4c4aec414f06afc6c42673f0d2a7~mv2.jpg)
A oscilação Madden-Julian está na fase 6. Essa fase favorece anomalias mais positivas de chuva na parte norte do Brasil, de acordo com a análise do mapa acima. Nos primeiros dias da primeira quinzena de Junho a OMJ deve permanecer em uma fase mais inativa da oscilação, em seguida a OMJ deve passar para as fases 4 e 5 até o fim da primeira quinzena.
Essas fases favorecem chuvas na região Norte/Nordeste do Brasil, e também em regiões do Sul do Brasil. A figura abaixo mostra como foi o regime de chuvas nos últimos 30 dias do mês de Maio, onde os maiores acumulados de chuva foram em regiões do Norte/Nordeste do Brasil.
Nos últimos dias, a chuva tem castigado o leste do Nordeste brasileiro. Isso porque um fenômeno conhecido como Distúrbios Ondulatórios de Leste, este sistema se forma na porção central do oceano Atlântico Sul e se deslocam para a costa leste do Nordeste seguindo o escoamento dos ventos alísios. Este é o típico período do ano para a formação deste tipo de sistema.
![acumulado de chuva](https://static.wixstatic.com/media/5eb260_ef7a23d45d7e4dafa6f78b607a68ca59~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/5eb260_ef7a23d45d7e4dafa6f78b607a68ca59~mv2.jpg)
A oscilação Antártica (AAO) vai estar em sua fase negativa. Com isso sistemas frontais avançam com mais intensidade para as regiões da América do Sul. Os modelos indicam que a AAO vai influenciar o avanço de novos sistemas frontais para a região centro-sul do Brasil.
A chuva na primeira quinzena de Junho
Para essa primeira quinzena do mês que dá início ao inverno, os modelos indicam que com La Niña ativa, AAO na fase negativa e OMJ atuando nas fases 4 e 5 as chuvas devem ficar mais concentradas nos extremos do Brasil (regiões Sul e Norte/Nordeste).
A porção mais central do Brasil (Centro-Oeste, sertão nordestino e parte do oeste da região Sudeste) deve permanecer com o tempo mais estável nesse início de Junho. Essa situação deve ocorrer devido a um bloqueio atmosférico em níveis médios da atmosfera (500 mb) que deve atuar na região do Centro-Oeste e Sudeste do país, impossibilitando o avanço de sistemas frontais para essas regiões. Porém, até o fim da primeira quinzena, o bloqueio deve ser quebrado e uma frente fria deve avançar pela área em questão.
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