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Foto do escritorRaquel Pereira

Retrospectiva 2021: eventos meteorológicos no Brasil

O ano de 2021 está sendo reconhecido como o ano de maior ocorrência de eventos extremos de acordo com o relatório preliminar da Organização Meteorológica Mundial (WMO), além da presença da Covid-19 que provocou uma pandemia global desde o ano de 2020.


retrospectiva meteorológica de 2021
Eventos meteorológicos que marcaram o ano de 2021 no Brasil.

De temperaturas mínimas recorde no sul do país em julho a ondas de calor mais ao norte em agosto. Da seca histórica que atingiu o sudeste, sul e centro-oeste do país, a chuvas fortes que atingiram a Bahia e Minas Gerais no final do ano. Estes foram alguns dos eventos meteorológicos que marcaram 2021 no Brasil.


Janeiro


O Rio de Janeiro bateu recorde de calor durante três dias seguidos, com temperaturas chegando a 40°C. Este calor foi provocado por um sistema de alta pressão atmosférica que exerceu forte influência sobre o estado. Além de manter as frentes frias afastadas do litoral fluminense por alguns dias, a alta pressão atmosférica deixou o ar mais seco.



Fevereiro


Chuva de meteoros Alfa Centaurídeos no Rio Grande do Sul. Esta é uma chuva de meteoros cujo radiante está localizado próximo da estrela Alpha Centauri, na constelação do Centauro. Os meteoros podem ser observados anualmente entre os dias 28 de janeiro e 21 de fevereiro. A melhor hora para assistir a meteoros é no fim da noite por volta da meia noite até o amanhecer e a taxa média é de 10 meteoros por hora. Eles atingem a atmosfera terrestre a uma velocidade de cerca de 58,2 km/s.


Março


No dia 10 de março, a cidade de São José dos Campos-SP, foi atingida por um suposto tornado. As rajadas de vento foram de 95 km/h e derrubaram mais de 100 árvores, arrastaram telhados, destruíram vidraças e deixaram parte da cidade sem energia, além de falta de energia elétrica em bairros e alagamentos. Segundo a Defesa Civil, o volume de chuva foi de 40 milímetros no período, um volume considerado normal. O impacto maior foi causado pela ventania fora do normal.



Porém, os estragos não são característicos de um tornado, que são determinados quando o funil toca o chão. Os estragos atingiram uma grande área da cidade, o que é característica de uma microexplosão de vento. Quando o ar sobe para a nuvem com força, ele forma o tornado. Mas quando ele desce com força, ele forma essa microexplosão.

Abril


Cheia histórica do rio Negro que ocorreu no ano de 2021, atingiu a cota de 30,2 m e afetou mais de 450 mil pessoas no estado do Amazonas e 24.000 pessoas na capital Manaus. O primeiro alerta foi emitido no dia 07 de abril às 7:16, no mesmo dia outros dois alertas foram emitidos às 7:32 e 11:44, classificando o evento como de Risco Hidrológico Alto.

Foram construídas pontes de madeira (marombas) nas regiões mais afetadas para impedir que a população ficasse isolada. Fonte: Amazonas1.

Os prejuízos associados às perdas agrícolas (banana, hortaliças, mamão e mandioca) em todo o estado (25 dos 58 municípios afetados) somaram mais de 189 milhões de reais e 16.639 famílias tiveram suas produções atingidas.


Maio


O governo brasileiro emitiu um alerta de emergência hídrica na bacia hidrográfica do Paraná, com numerosos reservatórios nos níveis mais baixos dos últimos 20 anos, o que reduziu a produção de hidroeletricidade e assim aumentando também o seu preço. A seca gerou também perdas agrícolas significativas, afetando o volume e a qualidade de safras como milho, cana-de-açúcar, laranja, feijão e café.


Junho


Mega onda de frio em junho na região Centro-Sul do Brasil foi a maior anomalia de frio fora dos polos. Em nenhum lugar do planeta a temperatura ficou tão abaixo da média fora das regiões polares como esta região da América do Sul.



Este frio foi causado por uma massa de ar polar intensa que cobriu a maior parte dos países do Cone Sul da América e que gerou neve em Santa Catarina, e também chuva congelada no Rio Grande do Sul e no Paraná.


Julho


Julho tivemos frio muito intenso em vários estados do Brasil, temperaturas negativas, muita geada e neve. Este frio foi consequência de uma forte frente fria que avançou sobre o país na última semana de julho de 2021. Ela estava associada a uma massa de ar frio de origem polar e a um ciclone extratropical.


Agosto


Já em agosto, uma onda de calor na segunda quinzena do mês causou temperaturas acima dos 40°C em alguns estados brasileiros. Em Goiás, na região de Aragarças, o INMET registrou 40,7 °C, em São Félix no Mato Grosso, a temperatura chegou aos 41,6°C. No Tocantins, foi de 40,2°C em Peixe e 40,1°C em Palmas. No Maranhão, em Caxais o calor chegou aos 40,0°C.


Setembro


O final de setembro e começo de outubro foi marcado pelas tempestades de areia que ocorreram nos estados SP, MS e MT. A ocorrência de tempestades de areia no Brasil é um fenômeno relativamente comum durante o final do período de estiagem em áreas rurais, pois depende da condição do solo seco e exposto em campo aberto. Contudo, em regiões urbanizadas do país o fenômeno é bem menos frequente, portanto preocupações.


Tempestade de areia encobre cidades da região norte do estado de São Paulo e Minas Gerais. Registro da cidade de Franca, SP.

As tempestades de areia foram causadas por um conjunto de fatores: o primeiro foi o tempo seco e as queimadas nessas regiões que provocaram um aumento de material particulado na atmosfera nas últimas semanas; o segundo fator foi a formação de temporais no domingo que geraram um fenômeno conhecido como frente de rajada.



A frente de rajada (Gust Front em inglês) é provocada por um forte movimento descendente do ar da nuvem de tempestade que colide com a superfície e se espalha na horizontal. Essa forte ventania arrastou a poeira superficial da terra seca e se somou com uma atmosfera já poluída pelas queimadas.


Outubro


O mês de outubro termina com o fenômeno La Niña atuando no Oceano Pacífico Equatorial em sua forma clássica. O fenômeno foi declarado em andamento da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a agência climática do governo dos Estados Unidos. Pelo segundo ano consecutivo, La Niña apareceu durante o verão do Hemisfério Sul no Pacífico Leste e deve durar pelo menos até o outono de 2022 no hemisfério sul. No Brasil, isso normalmente se traduz em mais chuvas no Norte e no Nordeste do Brasil e seca no Sul do país.


Novembro


Uma forte chuva que atingiu Minas Gerais na madrugada do dia 11 e na noite do dia 10 provocou inundações, estragos e riscos para população de cidades do estado. Algumas cidades tiveram volumes de chuva acima dos 100 milímetros. Os maiores volumes foram registrados em: Ataleia (119,8 mm), Alvinópolis (117,4 mm) e Ipatinga (99,2 mm).


Dezembro


As chuvas que vêm afetando de forma atípica a Bahia desde o início de novembro seguem gerando tragédias e números impressionantes. De acordo com a Defesa Civil, 21 pessoas morreram, 42,9 mil ficaram desalojadas e 470 mil foram afetadas de alguma forma pelas enchentes.



Temporais concentrados em poucas horas atingiram dezenas de cidades baianas, um exemplo é Vitória da Conquista. Em 25 de dezembro, o registro de chuvas atingiu a marca de 86,8mm, muito acima do registrado em dezembro passado inteiro (2,6mm).



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