O Brasil é o segundo lugar com maior incidência de tornados no mundo e o Rio Grande do Sul encontra-se na rota, conhecida como o corredor dos tornados da América do Sul. Mas será que o ENOS favorece a formação de tornados nessa região?
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O El Niño Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno que acontece no Oceano Pacífico Tropical e é uma combinação de dois fatores, sendo um deles oceânico e outro atmosférico. El Niño (EN) refere-se ao componente oceânico enquanto Oscilação Sul (OS) ao componente atmosférico.
O fenômenos El Niño ocorre quando há o aquecimento das águas superficiais do Pacifico Equatorial e a diminuição da pressão atmosférica no Pacífico leste, essa fase do El Niño é conhecida como fase quente ou negativa. Enquanto que a La Niña é quando há um resfriamento das águas e aumento da pressão no Pacífico leste, sendo conhecida como fase fria ou positiva.
Os tornados são um dos eventos atmosféricos mais intensos e perigosos. Sua principal característica é uma coluna de ar ascendente e em rotação. Os tornados podem se originar de nuvens supercélulas, que são capazes de provocar grande turbulência interna.
Um estudo publicado na Conferência Internacional de Sustentabilidade e Inovação, analisou a relação dos eventos de El Niño e La Niña na gênese dos tornados no Rio Grande do Sul entre os anos de 2001 e 2015.
Os resultados mostraram que das 73 ocorrencias de tornados, 15 foram sob El Niño, 25 sob neutralidade e 33 sob La Niña.
De acordo com os autores, a La Niña, em geral, provoca diminuição do volume padrão de pluviosidade no Rio Grande do Sul, em virtude das passagens rápidas das frentes frias. Nesse sentido, o número de registros de eventos estarem associados em grande parte ao fenômeno La Niña, pode estar ligado ao aquecimento da atmosfera regional, entre uma rápida passagem da frente fria e outra.
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Portanto, ao associar o Índice de Oscilação Sul à pesquisa, notou-se uma grande tendência dos eventos acontecerem em situações de La Niña e posteriormente em anos neutros.
Já em situações de El Niño, o estado do Rio Grande do Sul tem um grande aumento na pluviosidade, provocada pela perturbação da circulação atmosférica padrão, que em função de uma dinâmica de massas de ar e correntes perturbadas frequentes pode dificultar a formação tornados.
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