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Previsão das chuvas na segunda quinzena de Março de 2022

Foto do escritor: Davi MouraDavi Moura

Com a La Niña persistindo, a segunda quinzena de março deve ser marcada por grandes acumulados de chuva na região Norte, Maranhão, Piauí, e partes do litoral leste nordestino.

previsão de chuvas em março e outono
Previsão do modelo norte-americano GFS para o acumulado total de chuvas para a segunda quinzena de março. Modelo iniciado em 15/03/2022 às 0000 UTC com 384h de previsão.

De acordo com o modelo norte-americano GFS, a segunda metade de Março de 2022 deve ter grandes volumes de chuva em parte do centro-norte do país. Além da La Niña, outros fatores climáticos devem modular as chuvas pelo Brasil neste período. Confira o resumo da primeira metade de Março de 2022, os sistemas que devem influenciar as chuvas na segunda metade e a previsão por região abaixo.


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Resumo da primeira metade de Março de 2022


De acordo com dados do CPTEC/INPE e outras instituições de pesquisa, a primeira metade do mês de março foi marca por anomalias positivas de chuva em grande parte da região norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, centro-sul de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e leste da Bahia. As maiores anomalias negativas até o dia 15 de março foram observadas no estado de Minas Gerais, extremo noroeste e nordeste de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, e parte do sertão nordestino.


As chuvas abaixo da média na primeira metade de março entre Goiás e parte do sudeste do Brasil ocorreu devido a não formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul e a presença de um bloqueio atmosférico que impediu a chegada de frentes frias na região. Já na área entre o sertão nordestino, norte de Minas Gerais e Espírito Santo, a formação de Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis inibiram as chuvas.



Para a região norte e o Mato Grosso, as chuvas acima da média na primeira metade de março foram causadas principalmente pelo ambiente favorável à convecção em resposta à circulação atmosférica gerada pelo fenômeno La Niña no Pacífico equatorial. Para o Mato Grosso do Sul, centro-sul de São Paulo e região Sul, as chuvas acima da média ocorreram como uma resposta ao transporte de umidade pelos Jatos de Baixos Níveis que favoreceu o cavado associado a Baixa do Noroeste da Argentina, além disso, a chegada de frentes frias também auxiliou nas chuvas no período.


La Niña, Oscilação Madden-Julian, Oscilação Antártica


Além da La Niña, a segunda metade do mês de março deve ser influenciada pela Oscilação Madden-Julian (OMJ) e a Oscilação Antártica. No caso da La Niña, a expectativa atual é que o fenômeno permaneça ativo até pelo menos o fim do mês de agosto. Portanto, a La Niña deve seguir favorecendo mais chuvas para o centro-norte do país, principalmente com a aproximação da Zona de Convergência Intertropical da costa norte.


Por outro lado, a OMJ, que atualmente está na fase 1, deve entrar na fase 3, o qual é menos favorável à formação de nuvens de chuva no setor equatorial brasileiro, especialmente, no litoral norte do nordeste.



Já para a região Sul, Mato Grosso do Sul e Sudeste do País, um fator importante para as próximas duas semanas é a Oscilação Antártica que deve entrar na sua fase negativa. Quando o índice que mede esta oscilação entra na fase negativa, o Jato Subtropical tende a ganhar um perfil mais meridional, o que favorece o deslocamento das frentes frias e das massas de ar polar em direção ao Brasil.


Com o detalhamento dos principais sistemas meteorológicos que devem influenciar o tempo nas próximas semanas, veja como fica a previsão das chuvas para cada região do Brasil abaixo.

Nordeste


Na segunda metade do mês de março, a expectativa é de grandes volumes de chuva no noroeste da região nordeste do Brasil. Maranhão e Piauí devem ser os mais afetados com mais de 350 mm de acumulado total esperado.



Para o Ceará e Rio grande do Norte, há previsão de volumes totais acima de 200 mm, mas ainda sim os estados devem ficar abaixo da média climatológica nos próximos 15 dias. Boa parte das chuvas esperadas devem ocorrer nos próximos 7 dias, com uma redução na última semana do mês.


No litoral leste do nordeste, as chuvas devem ficar levemente acima da climatologia entre Pernambuco, Alagoas e partes do litoral norte baiano.

Chuva no nordeste
Previsão do acumulado de chuva do modelo GFS para a segunda quinzena do mês de março na região Nordeste.

A área com menor expectativa de chuvas no período é o sertão da Bahia, Sergipe e Alagoas com acumulados totais abaixo dos 15mm.

Norte


Na região norte, as chuvas continuam em alta, principalmente no litoral do Amapá e do Pará com o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical pela região. Os acumulados de chuva nas próxmas duas semanas nestas áreas podem alcançar os 410 mm.


chuva na região norte
Previsão do acumulado de chuva do modelo GFS para a segunda quinzena do mês de março na região Norte.

Os menores valores esperados de chuva deve ocorrer no nordeste de Roraima, sul de Rondônia e noroeste do Pará.


Centro-Oeste


Quase toda a região Centro-Oeste do país deve ficar com chuvas abaixo da climatologia nas próximas duas semanas. A exceção é o extremo centro-noroeste do Mato Grosso, onde os máximos volumes de chuva esperados são de até 250 mm.


chuva no centro-oeste
Previsão do acumulado de chuva do modelo GFS para a segunda quinzena do mês de março na região Centro-Oeste.

De acordo com o modelo GFS, o leste de Goiás e o Mato Grosso do Sul devem ser as áreas com os menores valores de acumulados totais no Centro-Oeste com cerca de 50mm a 100mm nos próximos 15 dias.


Sudeste


Na segunda metade do mês de março de 2022, a região sudeste do Brasil deve seguir o mesmo padrão do Centro-Oeste: chuvas abaixo da climatologia. A escassez de chuva deve afetar principalmente o centro-norte de Minas Gerais e o oeste de Espírito Santo.


chuva na região sudeste
Previsão do acumulado de chuva do modelo GFS para a segunda quinzena do mês de março na região Sudeste.

Os maiores volumes de chuva para as próximas duas semanas no Sudeste do País são esperados para as áreas litorâneas de São Paulo e do Rio de Janeiro com totais acumulados entre 150mm e 220mm.


Sul


O mês de março não costuma ser muito chuvoso na região Sul. Porém, com a possibilidade de chegadas de frentes frias devido a Oscilação Antártica negativa, as próximas duas semanas devem ficar acima da climatologia.


chuva na região sul
Previsão do acumulado de chuva do modelo GFS para a segunda quinzena do mês de março na região Sul.

Os maiores volumes de chuva são esperados para o sudoeste do Rio Grande do Sul, nordeste de Santa Catarina e litoral do Paraná.

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