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Foto do escritorRaquel Pereira

Varíola dos macacos: o vírus que está reaparecendo

A varíola dos macacos ou monkeypox é uma doença zoonótica viral que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África Central e Ocidental e que pode ocasionalmente ser exportada para outras regiões.

Fonte: Centro de Controle de Doenças da Nigéria.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a monkeypox é uma doença zoonótica viral (um vírus transmitido aos seres humanos a partir de animais). Ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África Central e Ocidental, com casos recentes aparecendo no Reino Unido, Portugal, Espanha, EUA, Itália, Suécia, Austrália, Canadá e suspeitos em vários outros países.



Várias espécies de animais foram identificadas como suscetíveis ao vírus da varíola dos macacos. Isso inclui esquilos de corda, esquilos de árvore, ratos gambianos, arganazes, primatas não humanos e outras espécies. A incerteza permanece sobre a história natural do vírus da varíola dos macacos e mais estudos são necessários para identificar o(s) reservatório(s) exato(s) e como a circulação do vírus é mantida na natureza.


Os sintomas são muito semelhantes aos observados no passado em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave.


Surtos


A varíola humana foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo em um menino de 9 anos de idade em uma região onde a varíola havia sido eliminada em 1968.


Em 2003, o primeiro surto de varíola fora da África ocorreu nos Estados Unidos da América e estava relacionado ao contato com cães de pradaria de estimação infectados.


Criança infectada com varíola. Fonte: Esta imagem é um trabalho dos Centers for Disease Control and Prevention, parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos da América.

Em maio de 2022, vários casos de varíola dos macacos foram identificados em vários países não endêmicos, como Bélgica, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido, além de Estados Unidos, Canadá e Austrália.


Atualmente, o registro de casos de varíola do macaco fora do continente africano (onde a doença é mais incidente) tem intensificado a preocupação quanto a uma disseminação do vírus. Um dos pacientes é um brasileiro de 26 anos que se recupera, isolado, em uma clínica em Munique, na Alemanha.


É uma doença de importância para a saúde pública global, pois afeta não apenas os países da África Ocidental e Central, mas o resto do mundo.

Um estudo realizado no ano de 2012 buscou identificar os parâmetros ambientais que contribuem para a distribuição da varíola dos macacos em casos humanos, para isso, foram utilizados dados como precipitação anual, PH do solo, temperatura, evapotranspiração e umidade do solo.



Os resultados do estudo apresentados na imagem a seguir, mostra que a ocorrência da varíola dos macacos está voltada para áreas de baixo pH do solo combinado com alta umidade do solo, e se concentra em áreas de temperaturas médias anuais moderadas a altas em conjunto com altos valores de precipitação.


O gráfico apresenta as visualizações da distribuição de Monkeypox em pares de variáveis ​​ambientais: Temperatura média anual versus precipitação anual. Os quadrados cinzas representam disponibilidade em toda a África, enquanto os quadrados pretos representam áreas modeladas como apropriadas para o vírus.

O gráfico mostra que a distribuição da varíola do macaco é potencialmente maior em áreas com acumulados de chuvas anuais entre 1500 e 2000 mm e temperaturas médias entre 23 e 26ºC .


Sinais e sintomas


O período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.


A infecção pode ser dividida em dois períodos:

  • o período de invasão (dura entre 0-5 dias) caracterizado por febre, dor de cabeça intensa, linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos), dor nas costas, mialgia (dores musculares) e astenia intensa (falta de energia).

  • a erupção cutânea geralmente começa dentro de 1-3 dias após o aparecimento da febre.


A taxa de letalidade variou historicamente de 0 a 11% na população em geral e tem sido maior entre crianças pequenas. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos tem sido em torno de 3-6%.


Transmissão e prevenção


A transmissão de animal para humano (zoonótica) pode ocorrer a partir do contato direto com sangue, fluidos corporais ou lesões cutâneas ou mucosas de animais infectados. E a transmissão de humano para humano pode resultar de contato próximo com secreções respiratórias, lesões na pele de uma pessoa infectada ou objetos recentemente contaminados.


A principal estratégia de prevenção é aumentar a conscientização sobre os fatores de risco e educar as pessoas sobre as medidas que podem tomar para reduzir a exposição ao vírus.



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