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Foto do escritorRaquel Pereira

Há possibilidade de um novo furacão no Brasil após o Catarina em 2004?

Atualizado: 20 de mai. de 2022

O furacão Catarina foi o primeiro e único registro oficial de um ciclone tropical no Atlântico Sul. Mas será que esse evento pode ocorrer novamente?

furação catarina
As condições excepcionalmente favoráveis e extremamente incomuns no Atlântico Sul fizeram que o Catarina tenha sido o primeiro registro de um furacão no Brasil.

Primeiro, é necessário entender o que são ciclones e quais seus tipos. Ciclones são sistemas que possuem pressão atmosférica menor no centro do que na periferia e apresentam movimento circulatório, sendo no sentido horário no hemisfério sul (HS) e anti-horário no hemisfério norte (HN) e existem diferentes tipos: Ciclones Tropicais; Ciclones Subtropicais; Ciclones Extratropicais.



Os ciclones tropicais, como foi o Catarina, são sistemas de baixa pressão com núcleo quente que se desenvolve sobre águas tropicais ou subtropicais. Sua nomenclatura depende da localização no globo e da intensidade, podendo ser: Furacão (oceano Atlântico e Pacífico Leste); Tufão (Pacífico Oeste) e Ciclone (oceano Índico).


A classificação dos Ciclones Tropicais também pode variar de acordo com a intensidade:

  • Depressão tropical: até 61 km/h;

  • Tempestade tropical: 62-118 km/h;

  • Furacão/Tufão/Ciclone Tropical: >119 km/h.


Furação Catarina


O furacão Catarina atingiu cerca de 200 km entre a região do Rio Grande do Sul e Santa Catarina em março de 2004. Originou-se de uma transição, ou seja, iniciou como um ciclone extratropical, associado a uma frente fria. O furacão alcançou ventos máximos sustentados com velocidades de até 180 quilômetros por hora.


Seus ventos extremamente fortes destruíram casas, além de ter causado mortes.

O furacão matou 11 pessoas e deixou 518 feridos, destruiu cerca de 1500 residências e danificou outras 40 mil casas. Os prejuízos econômicos atingiram mais de 1,2 bilhões de reais e atingiram especialmente a agricultura de banana, que perdeu 85% da produção, e de arroz, que perdeu 40% das plantações. Mais de 14 municípios decretaram estado de calamidade pública. Porém, foi um evento raro e com condições atípicas.


Será que há possibilidade de um novo furacão ocorrer no Brasil?


Ao contrário de outros países da América, não é comum no Brasil ser atingido por tempestades tropicais, como os furacões. As características climáticas e geográficas do Oceano Atlântico Sul não são favoráveis à este tipo de evento, porém sua formação não é impossível, como já foi visto (Catarina).



A gênese dos ciclones tropicais está fortemente associada com a energia que vem do processo de evaporação dos oceanos, que produz um resfriamento da camada de ar adjacente (Anthes, 1982). Isso colabora para o aumento do gradiente vertical de temperatura do ar e umidade na camada próxima à superfície, em consequência, uma maior transferência de energia do oceano para a atmosfera (calor latente e sensível).


Portanto, sua fonte de energia é o calor e a umidade, ou seja, essas tempestades tropicais formam-se quando massas de ar frio alcançam águas quentes.

Em contrapartida, sua dissipação acontece quando a fonte de energia acaba, que pode ocorrer quando os ciclones atingem águas mais frias ou o continente.



No caso do Brasil, as temperaturas do oceano Atlântico Sul, são mais frias que as do Atlântico Norte, logo, oferecem menos umidade para alimentar os ciclones, além da forte variação na direção e velocidade do vento em altitude (cisalhamento do vento).


A formação desses sistemas é possível no Brasil, no entanto somente sob condições muito raras. O fato é que um fenômeno deste tipo é algo muito atípico e as condições atualmente continuam não sendo favoráveis para a formação de furacões no Atlântico Sul.



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