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Foto do escritorGabriela Bittencourt

Atualização da La Niña, fenômeno segue atuando no próximo trimestre?

As últimas atualizações dos modelos estatísticos mostram que a probabilidade da La Niña seguir influenciando é em torno de 63% até fim da primavera de 2022. Confira o que os modelos estão prevendo até 2023.


Anomalia TSM
Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do dia 21 de Julho de 2022, com anomalias negativas de TSM indicando a continuidade da La Niña sobre o Pacífico Tropical. Fonte: NOAA.

O último relatório do Centro de Previsão do Clima dos EUA (CPC) com as atualizações sobre as condições do El Niño, La Niña e da Oscilação Sul, ou ENSO, em meados de Julho, mostrou que a temperatura da superfície do mar (TSM) na região do Pacífico equatorial centro-leste, deve permanecer abaixo da média nos próximos meses.



As condições oceânicas e atmosféricas permaneceram negativas durante os últimos meses, e apesar de apresentarem um enfraquecimento a La Niña deve seguir influenciando o clima pelo menos até outubro de 2022 com uma probabilidade de 63-70% de chance. Para 2023 os modelos estatísticos do CPC (Climate Prediction Center da NOAA) e IRI (International Research Institute for Climate and Society) indicam que uma fase neutra do ENSO deve ocorrer.



De acordo com o modelo probabilístico de previsão do ENSO (figura abaixo), a La Niña deve persistir durante o restante de 2022. Para o próximo trimestre (Junho-Julho-Agosto) os modelos apresentam 60% de chance, uma probabilidade menor que a última previsão do ENSO, que o fenômeno deve seguir na sua fase negativa até o fim do inverno/2022 e início da primavera/2022.


Previsão La Nina
Modelo probabilístico de previsão do ENSO realizada em meados do mês de Julho/2022. Fonte: IRI/CPC

As maiores probabilidades, conforme mencionado anteriormente, são de 62 a 66% de chance da La Niña se intensificar durante a primavera e também no início do verão de 2022.


E o Brasil como fica com a continuação da La Niña?


Os efeitos da La Niña no Brasil vão de chuvas acima/abaixo da média climatológica em diferentes regiões do país. As regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul apresentam chuvas abaixo na média durante a ocorrência do fenômeno de anomalias negativas da TSM. Enquanto que as regiões do Norte e Nordeste as chuvas ficam apresentam altos acumulados durante uma La Niña ativa.



De acordo com a imagem acima, a climatologia para o trimestre de Abril-Maio-Junho apresenta, de modo geral, chuvas acima da média em grande parte do Norte, Nordeste, e também parte do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e do Paraná.



Isso pode ser explicado pela fase negativa da Oscilação Antártica onde ocorre o avanço de sistemas frontais mais intensos e frequentes para a América do Sul, principalmente o Sul do Brasil.


Os modelos indicam que com a La Niña ainda ativa para o próximo semestre, o Centro-Oeste, parte do Sul e do Sudeste, as chuvas devem permanecer abaixo da média, por outro lado parte do Norte e Nordeste, seguem, pelo menos até o início da primavera/2022, em setembro, com chuvas acima da média.

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