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Foto do escritorPaulo Vitor

Modelos apontam para uma temporada de furacões acima do normal em 2022

Pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte apontam para condições oceânicas e atmosféricas favoráveis para mais uma temporada de furacões ativa acima do normal para a Bacia do Atlântico Norte. Quais as consequências da concretização dessas perspectivas?


FURACÃO CLIMA EXTREMO
Um formato circular, giro anti-horário para o hemisfério Norte e um olho bem definido: características clássicas na observação de um furacão. Na imagem, o furacão Maria que esteve ativo de 16 de setembro à 2 de outubro de 2017.

Nos últimos anos a comunidade científica observou a ocorrência de furacões extremamente fortes para a Bacia do Atlântico Norte. O furacão Harvey, Irma e Ida se destacaram como tempestades que causaram diversas mortes e bilhões de dólares em prejuízos em 2017 e 2021. Porém, eles não só se destacaram em força dos ventos e extremos de chuvas.


Esses furacões estão inseridos em temporadas de furacões com muitas tempestades nomeadas. Em 2021, ocorreram tantas tempestades que foi necessário "pegar nomes emprestados do alfabeto grego" para nomear tempestades, visto que os nomes pré-selecionados para batizar os furacões e tempestades foram esgotados. Apesar disso, 2021 apresentou poucas tempestades "extremas" para os moldes do potencial destrutivo dos furacões.



Para 2022 é esperado uma temporada com muitas tempestades que ocorrerão na Bacia do Atlântico Norte e assim seguir a alta de furacões e tempestades dos últimos anos no Oceano Atlântico Norte. Os pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte, liderados pelo professor Lian Xie estimam entre 17-21 tempestades que serão nomeadas no Golfo do México e Mar do Caribe.



Algumas dessas tempestades deverão evoluir para furacões e poderão se tornar poderosos furacões. A média de tempestades para o período de 1951-2021 é de 11 tempestades. Ainda segundo Lian Xie:


Das 17 a 21 tempestades nomeadas previstas, sete a nove podem se tornar fortes o suficiente para se tornarem furacões (a média histórica é de 6 furacões), com a possibilidade de três a cinco tempestades se tornarem grandes furacões

Para a formação das tempestades e furacões, dois principais mecanismos devem estar atuando em conjunto, sendo eles: elevadas temperaturas da superfície do mar, as TSM superiores aos 27°C que fornece a energia para o furacão e o cisalhamento do vento deve ser fraco. O cisalhamento do vento refere-se as mudanças na trajetória do vento na vertical.


mapa furacões mundo
Distribuição global da ocorrência de furacões/tufões/ciclones entre 1979-2012. Observe a concentração no Hemisfério Norte e a baixa ocorrência (apenas 1 registrado) no Atlântico Sul. Apesar das condições de TSM no Atlântico Sul ser favorável a ocorrência de furacões, o forte cisalhamento vertical do vento impede o desenvolvimento dos furacões. Fonte: Tropical Tidbits.

As consequências de uma temporada com furacões e tempestades acima da média são diversas e catastróficas. Mas, em linhas gerais, número de mortes, prejuízos materiais e econômicos dependerá do número de tempestades, furacões, suas categorias e onde eles irão fazer landfall, ou seja, onde eles irão tocar o solo e a forma como governos locais e a população irá lidar com cada tempestade.


Se atingirem países pobres, como países da América Central e alguns locais mais a leste, como Cuba, Haiti e Porto Rico, que sofrem com moradias mais precárias, serviços de resgate mais lentos e ocupações desordenadas em locais indevidos, o número de mortes poderá ser maior, bem como prejuízos afetarem mais as populações mais carentes.


Furacão irma cuba
Destruição causada pela passagem do furacão Irma em Cuba. Ventos com mais de 260 km/h destruiram diversas moradias e construções, além de matar 10 pessoas.

Os Estados Unidos apresentam modernos centros de previsão do tempo e que emitem alertas eficientes para que governos liderem ações de prevenção as catástrofes futuras e também na atuação após a passagem de tormentas. Mas, quando atingem áreas mais populosas, a lenta evacuação de pessoas e pessoas que resistem a sair de casa e que moram nas áreas mais críticas, como praias, acabam sendo vítimas dos ventos e das subidas das marés e inundações.




Os dois últimos fatores são as principais causas de mortes da ocorrência dos furacões. Pode ocorrer também a passagem de furacões sobre áreas atingidas alguns dias antes por outros furacões, mantendo as estruturas danificadas e aumentando os danos.


harvey prejuízo houston
Antes e após a passagem do furacão Harvey sobre Houston, Texas. O Harvey provocou um volume de chuva de 1320 mm em alguns dias que assolou Houston e foi o maior volume de chuva já observado nos Estados Unidos. Harvey e Irma causaram prejuízos de cerca de 200 bilhões de dólares, uma cifra próxima de 1 trilhão de reais.

Por fim, cabe analisar cada caso para saber como serão os impactos. A temporada de furacões no Atlântico em 2022 vai de 1° de junho a 30 de novembro.

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