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"Aranhas" no solo de Marte? Entenda a descoberta

Pesquisadores da Irlanda descobriram que figuras ramificadas na superfície do planeta são formadas no início da primavera, quando o CO2 sólido passa para o estado gasoso.

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Formas semelhantes a aranhas observadas no solo de Marte são causadas por sublimação de gelo seco (Foto: Nasa/JPL-Caltech/University of Arizona).

Pesquisadores do Trinity College Dublin, na Irlanda, trouxeram as primeiras respostas ao mistério da formação das “aranhas” de Marte, figuras com ramificações que foram observadas na superfície do planeta. A descoberta indica que elas se originam a partir da sublimação de gelo seco — transformação do gás carbônico (CO2) em estado sólido para o estado gasoso —, na chegada da primavera.

No estudo, publicado na última sexta-feira (19) na Nature Scientific Reports, os cientistas explicam que, durante o inverno, a atmosfera do planeta, que é repleta de CO2, faz com que o gás seja depositado em geada sobre a superfície.


Já na primavera, quando o mesmo processo acontece sob temperaturas mais altas, o gelo seco muda do estado sólido para o gasoso no momento em que o CO2 toca a superfície e é isso o que cria o formato que lembra aranhas ou galhos de uma árvore.

"Esta pesquisa apresenta o primeiro conjunto de evidências empíricas associadas à superfície de Marte, que pode modificar a paisagem polar conhecida. É emocionante porque estamos começando a entender como a superfície marciana muda de acordo com as estações.”, diz a autora do estudo Lauren McKeown, em comunicado.

A experiência consistiu em inserir blocos de gelo seco em uma câmara de vácuo, que pôde ser levada à pressão observada em Marte: 6 milibares (mbar) — na Terra, a pressão atmosférica é de 1.013 mbar.


Os blocos foram furados no meio e mantidos suspensos, acima de uma superfície arenosa. Em seguida, foram rebaixados e tocaram os grãos de areia. O que se observou foi que, ao atingir a superfície, o CO2 sólido foi se transformando em gás e escapou pelo buraco central do gelo, marcando-o com ramificações.

Para a supervisora do estudo do Trinity College, Mary Bourke, a pesquisa traz informações importantes sobre o clima de Marte e os processos dinâmicos que ocorrem em sua superfície. “Este trabalho inovador sustenta que o clima atual de Marte tem influência sobre qualquer futura exploração robótica ou humana no planeta”, conclui.


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