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Foto do escritorRaquel Pereira

NASA relata risco de colisão com os satélites da rede Starlink

A empresa SpaceX rejeitou as preocupações de que sua constelação de satélites (Starlink) poderia levar a um congestionamento na órbita da Terra. O projeto Starlink pretende enviar 42 mil satélites ao espaço para fornecer internet de alta velocidade às zonas mais remotas do planeta.

Foguete
Um foguete Falcon 9 em 21 de fevereiro leva 46 satélites Starlink à órbita.

A SpaceX, fundada pelo bilionário Elon Musk, divulgou algumas respostas às preocupações da Nasa a respeito de um possível risco de colisões com os satélites da rede Starlink. A agência espacial americana demonstrou dúvidas sobre um congestionamento na órbita da Terra.


A empresa SpaceX continua a aumentar as implantações dos satélites de fornecimento de serviços de Internet, já são aproximadamente 2.000 em órbita. Porém, recentemente a China e a NASA estão levantando preocupações sobre o potencial da Starlink causar colisões com outros objetos em órbita baixa da Terra.


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Agora, a SpaceX está tentando amenizar algumas dessas preocupações. Em um comunicado publicado em seu site em 22 de fevereiro, a SpaceX prometeu que está “comprometida em manter um ambiente orbital seguro, protegendo os voos espaciais humanos e garantindo que o ambiente seja sustentável para futuras missões na órbita da Terra e além”.


A empresa argumentou que projetou o Starlink para ser um sistema seguro e sustentável e revelou detalhes sobre como seus satélites agem de forma autônoma para evitar colisões.

Esta é certamente a explicação mais detalhada que a SpaceX deu de seus procedimentos”, disse Jonathan McDowell, astrofísico do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics.



Astrônomos e defensores do céu escuro há muito tempo levantam preocupações sobre a Starlink. Os satélites deixam rastros brilhantes através de imagens astronômicas e são especialmente visíveis a olho nu logo após serem lançados, antes de ascenderem à sua órbita operacional.

No entanto, as preocupações com colisões estão recebendo cada vez mais atenção. Em 3 de dezembro do ano passado, em um movimento raro, a China apresentou uma queixa ao Comitê das Nações Unidas, dizendo que a estação espacial tripulada do país teve que realizar uma manobra para evitar uma possível colisão com um Starlink.



Em uma coletiva de imprensa em 28 de dezembro, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China acusou os EUA de ignorar suas obrigações sob o Tratado do Espaço Exterior. Esse tratado afirma que as nações que o assinaram têm a responsabilidade de supervisionar as atividades de seus países no espaço, sejam elas realizadas por uma agência espacial nacional ou por um operador comercial.

Então, em 7 de fevereiro, a divisão de voos espaciais tripulados da NASA enviou uma carta à Comissão Federal de Comunicações levantando preocupações sobre o plano da Starlink para sua constelação de segunda geração, para a qual a SpaceX está buscando aprovação para lançar mais 30.000 satélites.



Na carta, a NASA disse que uma megaconstelação desse tamanho aumentaria o risco de colisões no espaço que poderiam ameaçar seus satélites e astronautas. A agência também disse que os reflexos da luz solar refletida podem interferir em seus telescópios espaciais e satélites de observação da Terra.



A SpaceX diz que uma maneira de impedir que os satélites Starlink se tornem obstáculos extintos no espaço é lançá-los a órbitas muito baixas para fazer suas verificações iniciais do sistema, a apenas 210 quilômetros de altura. Em comparação, a Estação Espacial Internacional e a estação chinesa Tiangong orbitam cerca de 400 km.


A essa altura, a espaçonave experimenta um arrasto significativo de moléculas de ar perdidas e perderá impulso. Dessa forma, se um satélite não conseguir ficar online e não conseguir disparar seus propulsores para se elevar a uma órbita mais alta, ele rapidamente sai do espaço.



A SpaceX experimentou um risco dessa estratégia em 3 de fevereiro, quando lançou um lote de 49 satélites Starlink no meio de uma tempestade solar. Erupções do Sol aumentaram a atividade no campo magnético da Terra, aquecendo a atmosfera e fazendo com que ela se expandisse para fora. A empresa disse que a nave Starlink experimentou uma força de arrasto atmosférica que foi até 50% mais forte do que o normal. Como resultado, 38 dos 49 satélites saíram de órbita e foram destruídos, potencialmente custando à empresa dezenas de milhões de dólares.


“Apesar de tais desafios, a SpaceX acredita firmemente que uma baixa altitude de inserção é fundamental para garantir operações espaciais responsáveis”, afirmou em comunicado.

A SpaceX também falou em sua declaração que escolheu 550 quilômetros como a altitude operacional para a nave Starlink, porque nessa altitude a espaçonave naturalmente reentra na atmosfera devido ao arrasto dentro de alguns anos. Por outro lado, um satélite Starlink a 750 quilômetros levaria cerca de meio século para reentrar.


Foguete
Um foguete Falcon 9 com 58 satélites Starlink a bordo é lançado de Cabo Canaveral, na Flórida, em 13 de junho de 2020.

A SpaceX também esclareceu como os satélites Starlink evitam colisões de forma autônoma. A empresa disse que, se os dados públicos de rastreamento mostrarem que um satélite Starlink tem uma chance de 1 em 100.000 de colidir com outra nave, ele automaticamente “assume a responsabilidade da manobra” e toma medidas de prevenção de forma autônoma.


A SpaceX também disse que os satélites Starlink podem “abaixar” ao passar por outro objeto, abaixando seus painéis solares de barbatana de tubarão para que fiquem de frente para a nave que se aproxima, reduzindo seu perfil e a chance de colisão por um fator de quatro para dez.



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