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Foto do escritorRaquel Pereira

Raios podem causar redução de curto prazo na camada de ozônio

Um novo estudo liderado pela Universidade do Colorado Boulder sugere que os relâmpagos também podem alterar a química da atmosfera da Terra, até mesmo afetando a importantíssima camada de ozônio da Terra!


Os relâmpagos são brilhantes, porém também violentos o suficiente para sacudir seus ossos e iluminar o céu. Fonte: CC0

Os resultados publicados no Journal of Geophysical Research: Atmospheres, apresentam uma nova concepção sobre o que significa viver em um planeta repleto de raios. De acordo com Robert Marshall, co-autor do novo estudo e professor assistente no Departamento de Ciências de Engenharia Aeroespacial de Ann e H.J. Smead:


"Você tem cerca de 1.800 tempestades ativas em todo o mundo a qualquer momento, gerando cerca de 50 relâmpagos por segundo. Todos esses relâmpagos podem ter um impacto mais amplo na atmosfera do que os cientistas pensavam."

A pesquisa gira em torno de um fenômeno complicado chamado precipitação de elétrons induzida por raios, ou LEP. Sempre que um raio cai, explicou Marshall, o raio dispara um pulso de energia eletromagnética que pode se espalhar por toda a Terra e pelo espaço. Lá, essa energia interage com os cinturões de radiação que circundam nosso planeta, soltando alguns dos elétrons presos em seu interior - que depois chovem de volta para a Terra.

Em seu novo estudo, ele e seus colegas rastrearam as consequências de três tempestades na última década, que se estendeu de Nebraska ao Caribe. Com base em seus cálculos, essas tempestades individuais podem ter desencadeado uma reação química em cadeia na atmosfera que fez com que a camada de ozônio diminuísse em até 5% em certos locais - uma perda que potencialmente durou até 12 horas.



Os humanos convivem com os raios há muito tempo, então essas flutuações no ozônio provavelmente não ameaçam a segurança das pessoas. Mas, disse Marshall, as descobertas da equipe sugerem que - quando espalhados por dezenas de tempestades acontecendo ao mesmo tempo - os raios podem ter uma influência surpreendentemente grande sobre o que acontece no ar acima de nossas cabeças. Os pesquisadores esperam estudar o quão grande será essa influência global.


"Um único relâmpago tem um impacto mínimo na atmosfera. Mas, em relação a milhares de relâmpagos, pode ser muito mais significativo. Não sabemos ainda."

Em outubro de 2015, por exemplo, o furacão Patricia atingiu o Texas e o México. A tempestade trouxe um pouco de chuva e inundações para a região e teve mais de 33.000 quedas de raios durante o período de apenas duas horas e meia.




Marshall e seus colegas usaram simulações de computador detalhadas para acompanhar o que aconteceu na atmosfera após este evento - além de uma tempestade semelhante no Caribe em maio de 2017 e mais uma que agitou os céus acima de Nebraska em agosto de 2013.


"Essas tempestades estão fazendo com que elétrons sejam removidos dos cinturões de radiação. Elas despejam energia na atmosfera, e estamos perguntando o que essa entrada de energia está fazendo com a atmosfera?"

À medida que as tempestades avançavam, a energia do elétron que chovia na Terra começou a reagir com gases no alto da atmosfera terrestre. As concentrações de certas moléculas no ar, incluindo óxidos de hidrogênio e óxidos de nitrogênio, dispararam quase ao mesmo tempo. Os óxidos de nitrogênio, por exemplo, aumentaram em até 150%.


"O aumento dos óxidos de nitrogênio pode durar 24 horas ou mais, e esses gases irão lentamente descendo de altitude onde podem destruir o ozônio."

A equipe não espera que a destruição se espalhe para longe da área logo acima da tempestade, criando uma pequena faixa de vida curta na camada de ozônio. Porém é o ozônio que ajuda a proteger a vida da radiação solar!



Por: Phys.org



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