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Foto do escritorRaquel Pereira

Primeira visão 3D da atmosfera de Júpiter

Novos dados da sonda da NASA (Juno), que orbita Júpiter fornecem uma imagem mais completa de sua atmosfera. Dentre os resultados, destacam seus ciclones polares e sua conhecida Grande Mancha Vermelha.


Imagem composta de Júpiter em luz infravermelha (esquerda) e visível (direita) obtida pelos telescópios Gemini North e Hubble.

Um grupo internacional de pesquisadores publicou artigos sobre essas descobertas nas revistas Science e Journal of Geophysical Research: Planets, que se juntam a outros publicados recentemente na Geophysical Research Letters, e também os explicaram em uma apresentação online. "Cada artigo lança luz sobre diferentes aspectos dos processos atmosféricos do planeta", disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciências Planetárias da NASA.


"Estamos começando a juntar todas as peças para obter nosso primeiro entendimento real de como a bela e violenta atmosfera de Júpiter funciona em 3D", Scott Bolton, principal investigador da missão.

Juno entrou na órbita de Júpiter em 2016. Durante cada uma das 37 passagens que a espaçonave fez até o momento sobre o planeta, seus instrumentos olharam abaixo de sua turbulenta cobertura de nuvens. O radiômetro de microondas de Juno (MWR) permitiu espiar abaixo do topo das nuvens de Júpiter e investigasse a estrutura de suas muitas tempestades de vórtice.



O mais famoso é o anticiclone icônico conhecido como Grande Mancha Vermelha, uma tempestade enorme de 16.000 quilômetros de largura. Mais largo que a Terra, esse vórtice intrigou os cientistas desde sua descoberta, há quase dois séculos.


Esta ilustração combina uma imagem de Júpiter do instrumento JunoCam de Juno com outra da Terra para representar o tamanho e a profundidade da Grande Mancha Vermelha de Júpiter. Fonte: NASA.

Além dos ciclones e anticiclones, Júpiter é conhecido por seus cinturões e zonas características: faixas de nuvens brancas e avermelhadas que envolvem o planeta. Fortes ventos leste-oeste movendo-se em direções opostas separam as faixas. Juno já havia descoberto que esses ventos, ou correntes de jato, atingem profundidades de aproximadamente 3.200 quilômetros.



Os pesquisadores ainda estão tentando resolver o mistério de como essas correntes se formam. Os dados coletados pelo MWR oferecem uma possível pista: o gás amônia na atmosfera flutua para cima e para baixo em linha com os jatos observados.


"Seguindo a amônia, encontramos células circulantes nos hemisférios norte e sul que são semelhantes em natureza às chamadas células de Ferrel, que controlam grande parte do nosso clima aqui na Terra", disse Keren Duer, pesquisador do Instituto Weizmann de Israel de Ciências.

Enquanto a Terra tem uma célula Ferrel por hemisfério, Júpiter tem oito, cada uma pelo menos 30 vezes maior. Os dados do radiômetro MWR também mostram que os cinturões e zonas fazem a transição cerca de 65 quilômetros abaixo das nuvens de água de Júpiter.



Em profundidades rasas, os cinturões do planeta são mais brilhantes em luz de microondas do que as áreas vizinhas. Mas em níveis mais profundos, abaixo das nuvens de água, ocorre o oposto, revelando uma semelhança com nossos oceanos.



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