Em um novo estudo liderado pela NASA, os cientistas examinaram as mudanças nas concentrações de amônia atmosférica na África. A queima de árvores e plantas vivas ou mortas (queima de biomassa) é comum na África, sendo assim uma área importante para examinar a amônia em escala regional e global.
![produção de alimentos na áfrica](https://static.wixstatic.com/media/85c1ea_856d9513daa549049c8949e3dcae2c86~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/85c1ea_856d9513daa549049c8949e3dcae2c86~mv2.jpg)
À medida que a agricultura global se expande no próximo século para atender às necessidades de populações em crescimento, é provável que as emissões de amônia atmosférica (NH 3) também aumentem.
A amônia é emitida naturalmente por solos e incêndios em vegetação, mas a maior parte dela é adicionada à atmosfera pelo homem meio de atividades agrícolas, com o uso de fertilizantes e a pecuária. Quando presente em quantidades excessivas em um ecossistema, a amônia pode tornar os solos mais ácidos e prejudicar o crescimento das plantas. Como poluente do ar, pode provocar doenças cardíacas e pulmonares.
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Em muitos países africanos, os governos estão promovendo o uso de fertilizantes para aumentar a produção de alimentos. Como já dito, a queima de árvores e plantas vivas ou mortas (queima de biomassa) é comum na África, por uma estimativa, até 70% da área queimada do planeta a cada ano ocorre no continente.
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O estudo que utilizou dados de satélite do Infrared Atmospheric Sounding Interferometer (IASI) da Agência Espacial Europeia, e uma equipe liderada por Jonathan Hickman da Universidade de Columbia e do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA identificou aumentos e diminuições nas concentrações de amônia em toda a África entre 2008 e 2018. Eles também identificaram alguns prováveis causas dessas mudanças.
“Mostramos que podemos usar dados de satélite para observar tendências e monitorar as emissões de amônia em regiões específicas, vinculadas a atividades ou eventos ambientais específicos”, disse Enrico Dammers, co- autor do artigo.
Os pesquisadores encontraram “várias histórias distintas sobre como a qualidade do ar muda em resposta à crescente atividade agrícola na África”, disse Hickman, o investigador principal. Por exemplo, na África Ocidental, o final da estação seca e o pico da queima de biomassa corresponderam a aumentos nas concentrações de amônia atmosférica durante o período de estudo.
Estudos anteriores atribuíram o aumento dos níveis de amônia ao uso de fertilizantes. No entanto, Hickman e Dammers descobriram que a poluição por NH3 aumentava mais quando os fazendeiros preparavam suas terras queimando-as, ainda antes de começarem a adicionar fertilizantes.
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Na região do Lago Vitória, a expansão da agricultura levou ao aumento do uso de fertilizantes. Os dados da IASI indicaram que grande parte do crescimento nas concentrações de amônia nesta região pode estar ligada a áreas onde os agricultores estavam aplicando mais fertilizantes em terras agrícolas novas e existentes.
O Sudão do Sul foi a única região que mostrou uma diminuição clara no NH3 atmosférico durante o período de estudo. Os pesquisadores descobriram que em anos mais secos, quando uma grande parte das áreas úmidas secava, as concentrações de amônia aumentavam. Conforme o solo secava, ele emitia amônia naturalmente. Nos anos mais úmidos, as concentrações de amônia eram menores.
À medida que os africanos expandem a produção agrícola nos próximos anos, muitas áreas podem ver maiores concentrações de amônia atmosférica.
“As análises de satélite podem ajudar a preencher a lacuna de monitoramento, fornecendo análises iniciais de como as mudanças na agricultura e outras fontes de amônia estão afetando a atmosfera”, disse Hickman.
É importante ter em mente esses resultados, pois o mundo enfrenta uma população crescente e enormes desafios com a segurança alimentar. Compreender como as fontes de emissão de amônia naturais e artificiais estão mudando é importante para garantir políticas e tecnologias que promovam o desenvolvimento agrícola sustentável.
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