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Foto do escritorRaquel Pereira

Poluição por amônia cresce na África com expansão do setor agrícola

Em um novo estudo liderado pela NASA, os cientistas examinaram as mudanças nas concentrações de amônia atmosférica na África. A queima de árvores e plantas vivas ou mortas (queima de biomassa) é comum na África, sendo assim uma área importante para examinar a amônia em escala regional e global.


produção de alimentos na áfrica
Produção de alimentos aumenta na África, mas poluição por amônia também.

À medida que a agricultura global se expande no próximo século para atender às necessidades de populações em crescimento, é provável que as emissões de amônia atmosférica (NH 3) também aumentem.


A amônia é emitida naturalmente por solos e incêndios em vegetação, mas a maior parte dela é adicionada à atmosfera pelo homem meio de atividades agrícolas, com o uso de fertilizantes e a pecuária. Quando presente em quantidades excessivas em um ecossistema, a amônia pode tornar os solos mais ácidos e prejudicar o crescimento das plantas. Como poluente do ar, pode provocar doenças cardíacas e pulmonares.


O mapa acima à esquerda mostra a mudança na concentração de amônia em toda a África, com foco em três áreas principais. O mapa à direita mostra as mudanças na área queimada entre 2008 e 2018. Fonte: Hickman et al., 2021.


Em muitos países africanos, os governos estão promovendo o uso de fertilizantes para aumentar a produção de alimentos. Como já dito, a queima de árvores e plantas vivas ou mortas (queima de biomassa) é comum na África, por uma estimativa, até 70% da área queimada do planeta a cada ano ocorre no continente.


Soldados do exército lutam contra um incêndio na África. Fonte: Andrew Renneisen (GETTY).)

O estudo que utilizou dados de satélite do Infrared Atmospheric Sounding Interferometer (IASI) da Agência Espacial Europeia, e uma equipe liderada por Jonathan Hickman da Universidade de Columbia e do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA identificou aumentos e diminuições nas concentrações de amônia em toda a África entre 2008 e 2018. Eles também identificaram alguns prováveis ​​causas dessas mudanças.


“Mostramos que podemos usar dados de satélite para observar tendências e monitorar as emissões de amônia em regiões específicas, vinculadas a atividades ou eventos ambientais específicos”, disse Enrico Dammers, co- autor do artigo.

Os pesquisadores encontraram “várias histórias distintas sobre como a qualidade do ar muda em resposta à crescente atividade agrícola na África”, disse Hickman, o investigador principal. Por exemplo, na África Ocidental, o final da estação seca e o pico da queima de biomassa corresponderam a aumentos nas concentrações de amônia atmosférica durante o período de estudo.



Estudos anteriores atribuíram o aumento dos níveis de amônia ao uso de fertilizantes. No entanto, Hickman e Dammers descobriram que a poluição por NH3 aumentava mais quando os fazendeiros preparavam suas terras queimando-as, ainda antes de começarem a adicionar fertilizantes.


Mudanças percentuais anuais na média nacional de NH3, área queimada, Gás Carbônico, gado, produção de safras e uso de fertilizantes para países africanos com taxas baixas, médias ou altas de mudança de NH3. As barras de erro representam o erro padrão da média. Fonte: Hickman et al., 2021.

Na região do Lago Vitória, a expansão da agricultura levou ao aumento do uso de fertilizantes. Os dados da IASI indicaram que grande parte do crescimento nas concentrações de amônia nesta região pode estar ligada a áreas onde os agricultores estavam aplicando mais fertilizantes em terras agrícolas novas e existentes.



O Sudão do Sul foi a única região que mostrou uma diminuição clara no NH3 atmosférico durante o período de estudo. Os pesquisadores descobriram que em anos mais secos, quando uma grande parte das áreas úmidas secava, as concentrações de amônia aumentavam. Conforme o solo secava, ele emitia amônia naturalmente. Nos anos mais úmidos, as concentrações de amônia eram menores.


À medida que os africanos expandem a produção agrícola nos próximos anos, muitas áreas podem ver maiores concentrações de amônia atmosférica.


“As análises de satélite podem ajudar a preencher a lacuna de monitoramento, fornecendo análises iniciais de como as mudanças na agricultura e outras fontes de amônia estão afetando a atmosfera”, disse Hickman.

É importante ter em mente esses resultados, pois o mundo enfrenta uma população crescente e enormes desafios com a segurança alimentar. Compreender como as fontes de emissão de amônia naturais e artificiais estão mudando é importante para garantir políticas e tecnologias que promovam o desenvolvimento agrícola sustentável.



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