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Foto do escritorRaquel Pereira

Pelo segundo verão consecutivo, a La Niña atua modulando as chuvas no Brasil e no Mundo

Pelo segundo ano consecutivo, La Niña apareceu durante o verão do Hemisfério Sul no Pacífico Leste. A La Niña deve durar pelo menos até o outono de 2022 no hemisfério sul.

Anomalia de TSM (temperatura da superfície do mar) do dia 12 de dezembro de 2021. Fonte: NOAA Coral Reef Watch.

Parte do ciclo El Niño-Oscilação Sul, a La Niña aparece quando ventos alísios de leste intensificam a ressurgência de águas mais frias das profundezas do Pacífico tropical oriental, causando um resfriamento em grande escala da superfície do oceano Pacífico oriental e central perto do Equador.



Esses ventos alísios mais fortes do que o normal também empurram as águas quentes da superfície equatorial para o oeste, em direção à Ásia e Austrália. Esse resfriamento dramático das camadas superficiais do oceano, então, afeta a atmosfera, modificando o teor de umidade no Pacífico.


Este acoplamento La Niña da atmosfera e do oceano altera a circulação atmosférica global e pode causar mudanças no caminho dos jatos de latitude média de formas que intensificam as chuvas em algumas regiões e traz a seca para outros.

No oeste do Pacífico, as chuvas podem aumentar dramaticamente na Indonésia e na Austrália durante o La Niña. Nuvens e chuvas tornam-se mais esporádicas no Oceano Pacífico central e oriental, o que pode levar a condições de seca no Brasil, Argentina e outras partes da América do Sul e condições mais úmidas na América Central.



Na América do Norte, as condições mais frias e tempestuosas costumam se estabelecer no noroeste do Pacífico, enquanto o clima fica mais quente e seco no sul dos Estados Unidos e no norte do México.


Mapa mostrando as regiões do globo em que a La niña influencia deixando seco ou úmido.

O evento La Niña que começou no final de 2020 se encaixa em um padrão climático mais amplo que já dura quase duas décadas - uma fase fria (negativa) da Oscilação Decadal do Pacífico (ODP). Durante a maior parte das décadas de 1980 e 1990, o Pacífico passou por uma fase quente de ODP, que coincidiu com vários eventos fortes de El Niño. Mas desde 1999, uma fase fria dominou.


A La Ninã influencia o Brasil de forma diferente. Por exemplo, ocorrem chuvas mais abundantes na Amazônia, com aumento na vazão dos rios e enchentes. No Nordeste, isso também significa maior precipitação. No Sul, as temperaturas sobem e há maior ocorrência de secas. No Sudeste e Centro-Oeste, os efeitos são imprevisíveis.



Em um relatório divulgado em 9 de dezembro de 2021, o NOAA Climate Prediction Center observou que as temperaturas da superfície do mar em novembro no Pacífico tropical oriental variaram de 0,7 a 1,2 graus Celsius abaixo da média de longo prazo e 0,9 ° C abaixo da média no Niño 3,4 região do Pacífico tropical (de 170 ° a 120 ° longitude oeste).


É provável que a La Niña continue durante o verão no Brasil de 2021-22 e no outono no Brasil de 2022. La Niña poderá influenciar o regime de chuvas no Sul do Brasil pelo segundo consecutivo. A ocorrência de um La Niña preocupa todo o setor produtivo do país, sobretudo no Centro-Sul do Brasil que sente os impactos da seca prolongada há dois anos.




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