Um ciclone extratropical deve surgir entre quarta (23) e quinta-feira (24) provocando tempo severo na região do Rio da Prata. No Sul do Brasil, países vizinhos e em parte do Mato Grosso do Sul, temporais devem ocorrer devido a uma frente fria (associada ao ciclone) que estará acoplada a uma área de baixa pressão no noroeste da Argentina.
![ciclone](https://static.wixstatic.com/media/233634_5f1e488d95424392bd2098633b0dfb15~mv2.jpeg/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/233634_5f1e488d95424392bd2098633b0dfb15~mv2.jpeg)
Nas próximas horas, um processo de ciclogênese deve ocorrer na porção nordeste da Argentina. A frente fria associada ao sistema deve avançar em direção a costa sul brasileira ainda na quinta-feira (24). Apesar de não atuar diretamente na produção de chuvas no Sul do Brasil (visto que irá se deslocar para o oceano Atlântico Sul), a frente fria estará acoplada a outro sistema: a Baixa do Noroeste da Argentina.
Este sistema deverá alongar um cavado nas próximas 48h/72h sobre os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e ainda sobre alguns países vizinhos, como Paraguai, extremo nordeste da Argentina (próximo a tríplice fronteira) e extremo noroeste do Uruguai.
Os ciclones extratropicais se formam na presença de gradientes horizontais de temperatura (um tipo de instabilidade conhecida como baroclinia). A frente fria deve avançar durante o desenvolvimento do ciclone. Na figura a seguir, observa-se as linhas de espessura da camada (tracejado vermelho) próximas ao centro do ciclone, que indicam a presença de gradientes horizontais de temperatura.
![chuva](https://static.wixstatic.com/media/233634_3fa2e61c3a5c4805b6e76ef57472bfc8~mv2.png/v1/fill/w_980,h_689,al_c,q_90,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/233634_3fa2e61c3a5c4805b6e76ef57472bfc8~mv2.png)
Além do cavado estendido da Baixa do Noroeste da Argentina e o acoplamento com a frente fria, outros dois fatores serão fundamentais para a evolução de tempestades no Sul do Brasil: Os Jatos de Baixos Níveis (JBN) e o Jato Subtropical (JS).
Os Jatos de Baixos Níveis transportam umidade da Amazônia para o setor sudeste da América do Sul, fortalecendo ainda mais a convecção e a liberação de calor latente. Por outro lado, o Jato Subtropical, que escoa na alta troposfera, ajudará na divergência de massa, fortalecendo os movimentos verticais.
Para a porção centro-nordeste da Argentina, uma massa de ar polar deve atuar derrubando as temperaturas na área. A massa de ar polar também deve se deslocar para a região Sul do Brasil, porém já com menor intensidade, provocando apenas uma leve diminuição das temperaturas até o fim da semana.
![previsão de chuva e temporais](https://static.wixstatic.com/media/85c1ea_3d42c44c2d0c4397a877a572d7b44a6b~mv2.png/v1/fill/w_760,h_760,al_c,q_90,enc_auto/85c1ea_3d42c44c2d0c4397a877a572d7b44a6b~mv2.png)
A junção desses sistemas (Frente fria + Cavado da Baixa do Noroeste da Argentina + Jatos de Baixos Níveis + Jato Subtropical) poderá trazer temporais com chuvas intensas, precipitação de granizo, fortes ventos e trovoadas para os estados do sul do Brasil, Mato Grosso do Sul e países vizinhos. O Tempo e Clima Brasil alerta para a ocorrência de fortes chuvas nas próximas 48 horas para todo o Rio Grande do Sul e também o interior de Santa Catarina e o sul e o sudoeste do Paraná.
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